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Hoje o Plano Espiritual está em festa, pois ganhou mais uma ilustre habitante: A vovó Antonieta!

É claro que a saudade fica. A cama vazia e o silêncio no quarto nos lembram que ela não está mais fisicamente entre nós e isso aperta o coração e nos faz ter vontade de chorar. Mas é nessa hora que devemos pensar nos momentos vividos, como daquelas vezes que ela, ao ver a luz alaranjada do poste, achou que fosse fogo e, apressada, foi buscar baldes enquanto pedia nervosa: "Vamos lá, me ajuda, ta pegando fogo!".Ou daquela outra, em uma tarde de sol, que ela se pôs a contar sobre a juventude e sobre como saía sorrateira para ir se encontrar com o vovô Paulo. E de tantas outras que, no futuro, contaremos às gargalhas aos nossos descendentes. E assim, sorrindo, seguir em frente.

Eu sempre vou me lembrar da vó:

* debochada, que foi a culpada de muitos dos fios que abandonaram a cabeça pelada do Papera (genro dela);

* implicante, quando atiçada com os tuntuntuns do Felipe (neto).

* babona, que  fazia mó propaganda do Danilo (neto e meu namorado) pra mim ("Ele é um bom rapaz, sabe?!);

* teimosa, que agia feito criança só pra testar a paciência da Italia (filha);

* carinhosa, que vivia ajeitando minha roupa e me dando conselhos sobre moda ("Ta frio! Vai colocar um casaco!") e estética capilar ("Seu cabelo ta muito grande, corta ele igual ao meu!"/ "Você devia prender ele em uma trança assim ó...pro casamento, sabe?"). Além dos elogios ("Você é tão bonitinha! Tem quantos anos? 15?")

Mas, a vovó(zela) italiana, que nos divertia com seus falatórios intermináveis sobre a 2ª Guerra, Mussolini e o "Conventi" de São Francisco, com suas tiradas extremamente espirituosas, com seus comentários sinceros e perspicazes e com suas gracinhas à mesa, vai, agora, alegrar as nossas memórias e rir um bocado das nossas besteiras terrenas, acompanhada de outros tantos queridos, que já nos deixaram.

Vó Antonieta, nós amamos você!

Paz!

=')